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Rudy Rafael

Maçom que ofende maçom na internet: o quê fazer

Quando um homem adulto ingressa na maçonaria ele parte do princípio que lá encontrará homens melhores do que os que há fora da maçonaria, até porque não haveria sentido em uma pessoa estar em um ambiente com pessoas piores do que ela, pois assim só teria a perder, perdendo tempo ao frequentar a Loja, energia para lidar com tantas coisas negativas e dinheiro com a mensalidade. Pelo próprio processo de seleção para ingressar na maçonaria e pelo necessário para ser iniciado há sempre a perspectiva de que os homens que se encontram dentro da maçonaria são pessoas minimamente melhores do que os que estão fora da maçonaria, mas não é isso o que ocorre. Infelizmente, em verdade, não há na prática como se presumir que dentro da maçonaria há homens melhores do que fora dela. Quando um homem adulto entra na maçonaria ele jamais espera estar em um grupo de WhatsApp de maçons e ouvir “pare de falar besteira”, “deve ter bebido”, “fumou?”, “pare de encher o saco”, “deixe de ser chato” e coisas do tipo. A maçonaria deve ser um lugar para o homem elevar-se com bons pensamentos, não bestializar-se com ofensas.

Dentro do meio maçônico há uma quantidade exacerbada de pessoas grosseiras, ignorantes, más e ofensivas que acham que podem falar o que quiser, para quem quiser, a hora que quiser e como quiser na internet e os maçons acabam deixando passar essas condutas bestiais. A conduta de ofender o próximo é uma conduta bestial, quando não, também criminosa e isso não pode ser aceito na maçonaria, pois a maçonaria deve ser um lugar para os homens evoluírem, não involuírem. A maçonaria deve ser um lugar para os homens aprenderem a transcender seus instintos animais, não um meio onde alguns achem que podem ofender e ser grosseiros com outros irmãos na internet apenas porque não estão cara a cara. O próprio ordenamento jurídico brasileiro prevê a possibilidade da existência dos crimes de calúnia, injúria e difamação, além da possibilidade de indenização por danos morais, e neste sentido alguns comentários feitos de maçons para maçons podem incidir em tais normas. Ofender alguém na internet não é brincadeira e um irmão maçom ofender outro irmão maçom na internet não é algo para o qual a maçonaria deva fechar os olhos.

Alguns dizem que a internet apenas dá a possibilidade de a pessoa revelar quem ela realmente é e se este for o caso há uma quantidade enorme de homens bestiais dentro da maçonaria que há de se refletir como conseguiram acesso à ordem, pois, não é normal um maçom ofender outro maçom na internet. Basta acessar qualquer grupo público de Facebook relacionado à maçonaria para ver como maçons se tratam, quanto mais grupos de WhatsApp, inclusive grupos de WhatsApp de própria Loja maçônica. Como a maçonaria em geral não se preocupa com isto e sabendo que há irmãos que se sentem absolutamente desconfortáveis e perdidos com essas coisas ao ponto de achar que “maçonaria é isso”, esclareço o que um maçom deve fazer no caso de ser vítima de uma ofensa de um maçom através da internet. Não são as pessoas que não ofendem que devem sair da maçonaria por terem perdido o gosto de estar na maçonaria ao ver que há tantas ofensas pessoais entre irmãos na internet, são as pessoas que ofendem que devem sair da maçonaria por constatarem que esse tipo de conduta não é aceita dentro da maçonaria.

Não é normal para um maçom ofender um irmão maçom na internet insinuando que a pessoa que postou algo use algum tipo de droga, que é louca, que é burra, que está embriagada ou que tem qualquer tipo de alteração na consciência ou debilidade de raciocínio. Não é normal um maçom de Esquerda chamar um irmão maçom de Direita de “racista”, “machista”, “homofóbico”, “preconceituoso”, “xenofóbico” ou “nazista”. Não é normal um maçom em um grupo de WhatsApp ou de Facebook usar qualquer tipo de postagem para humilhar, menosprezar, diminuir, insultar ou colocar seu irmão em uma posição vexatória. Não é normal para um maçom ficar mandando o outro “calar a boca”, “parar de falar besteira”, “parar de encher o saco” e coisas assim. Não é normal um maçom praticar bullying em grupos de WhatsApp com um irmão, fazendo questão de contestar tudo o que um irmão fala para causar-lhe constrangimento, e pior ainda orquestrando essa atitude de contestação com outros irmãos para obter mais força e constranger mais ainda. O maçom deve elevar seu irmão, não abatê-lo.

Independentemente da responsabilidade criminal, referente aos crimes de calúnia, injúria e difamação, e da responsabilidade civil, referente aos danos morais sofridos, há o dever moral entre os maçons de se respeitarem mutuamente e não é uma conduta maçônica apropriada ofender um irmão maçom ou com ele ser grosseiro, seja pessoal ou virtualmente. Não há justificativa que permita um maçom ofender outro em um grupo de Facebook ou de WhatsApp e como essas condutas continuam acontecendo alguma coisa precisa ser feita, pois, se o maçom não aprende que não deve ficar ofendendo um irmão pela internet, alguma coisa há de ser feita para que aprenda e para que o irmão que sofreu a ofensa não fique injustiçado. O maçom deve ter dentro de si o sentimento de rejeição ao mal, a ofensa é um mal e não cabe ao maçom ser indiferente ao ver um irmão maçom ser ofendido injustamente. A ofensa injustificada contra um maçom é uma ofensa injustificada contra toda a a maçonaria. Se há maçons agindo como animais enlouquecidos na internet ofendendo outros maçons a maçonaria precisa começar a observar isso.

O remédio maçônico que um maçom ofendido por um maçom na internet possui para reagir à ofensa sofrida é a Moção de Repúdio através de sua própria Loja maçônica. Quando um maçom for ofendido na internet, em qualquer meio, seja Facebook, WhatsApp ou qualquer outro meio virtual, basta que ele imediatamente capture e salve a imagem dessa ofensa para ter registro. Em um segundo momento, ele deverá comparecer a um tabelionato de sua região e requerer a confecção de uma ata notarial da ofensa em questão, para que assim tenha documento com fé pública constando a ofensa. Desta forma o maçom ofendido possuirá provas da ofensa sofrida tanto para utilizar na maçonaria quanto em eventual ação judicial contra aquele que lhe ofendeu. Considerando que o maçom que ofendeu pode vir a mentir e negar a ofensa a ata notarial é imprescindível por ter fé pública. O recomendável é que neste processo todo de coleta de provas não se fale com ninguém sobre o assunto para que a conversa não venha a vazar e o maçom que ofendeu venha a apagar a ofensa para se eximir de suas responsabilidades.

Posteriormente à produção de provas acima, o maçom ofendido deve requerer ao secretário de sua Loja que este identifique qual a Loja maçônica do maçom que lhe ofendeu. Com as provas produzidas, a imagem e a ata notarial da ofensa e a informação sobre qual Loja maçônica pertence o maçom que lhe ofendeu, o maçom ofendido deve redigir uma prancha à sua própria Loja expondo os fatos, juntando as provas produzidas e requerendo que seja votada uma Moção de Repúdio ao irmão que lhe ofendeu, onde através da aprovação dessa Moção de Repúdio a Loja do irmão ofendido irá manifestar-se oficialmente de forma maçônica deixando claro que repudia as ofensas sofridas por seu obreiro na internet. Se a Loja não aprovar a Moção, por qualquer motivo, ficará entendido que a Loja foi conivente com a ofensa e não quis defender seu próprio obreiro de uma injustiça por ele sofrida e caberá ao irmão ofendido refletir sobre o que está fazendo em uma Loja maçônica com irmãos que cientes de que o irmão sofreu uma injusta ofensa de um irmão maçom optou por omitir-se.

Sendo aprovada a Moção de Repúdio o irmão Chanceler da Loja deverá redigir uma prancha, assinada por ele conjuntamente com o Venerável Mestre e com o irmão Secretário, endereçada à Loja do irmão que praticou a ofensa, anexando a imagem e a ata notarial da ofensa, comunicando a aprovação pela Loja da Moção de Repúdio ao irmão que ofendeu, esclarecendo que foi aprovada uma Moção de Repúdio pelo fatos relacionados à ofensa, para que a Loja desse irmão que praticou a ofensa esteja ciente do que o irmão maçom de seus quadros fez. Assim, a Loja do irmão que ofendeu poderá tomar as atitudes que achar conveniente. Essa Moção de Repúdio deveria ser arquivada nos registro da Loja do irmão que ofendeu e se este viesse a requerer o quitte placet só deveria lhe ser concedido após seu devido pedido formal de retratação ao irmão que ele havia ofendido. Desta forma aqueles que gostam de ofender seus próprios irmãos maçons na internet começarão a pensar um pouco mais antes de fazê-lo. Se há maçons que não aprenderam a amar seus irmãos maçons, que ao menos deixem de ofendê-los.

O ideal é que os irmãos vivessem em união e que não houvesse ofensas entre eles, mas a realidade mostra um universo completamente diferente, onde inúmeros maçons acham que podem falar o que quiser para outro maçons na internet e isso precisa mudar, inclusive porque esse tipo de atitude insana tem causado grande desagrado entre irmãos maçons de bem que acabam vendo esse lixo e achando que “maçonaria é isso”, quando na verdade isso não tem nada a ver com a maçonaria. O maçom deveria ser um homem controlado, não um descontrolado que sai ofendendo pessoas na internet. Não haverá mudança se tudo continuar como está, se tudo continuar com o “deixa pra lá”, o “deixa quieto” e o “vida que segue”. Para alcançar resultados diferentes é preciso ter ações diferentes e as ações até então tomadas pelos maçons não estão mudando o fato de maçons ficarem se ofendendo em redes sociais. A partir do momento em que um maçom tiver a consciência de que se ele ofender um maçom na internet isso terá consequências maçônicas ele talvez mude a sua conduta, o que não pode é a maçonaria continuar fazendo de conta de que isso não existe.

O princípio básico que todo maçom deveria ter antes de se dirigir a um irmão na internet é: “Você diria pessoalmente, cara a cara, na frente do seu irmão maçom e na frente de seus outros irmãos maçons, aquilo que você está prestes a escrever para ele na internet?”. Obviamente que maçons não se xingam cara a cara. O maçom que não tem coragem de falar algo a um irmão maçom cara a cara não deve achar-se protegido pela internet para poder falar qualquer coisa através da internet, pois isso é uma verdadeira canalhice e maçons não podem ser canalhas.  Alguns maçons acham que podem falar o que quiser contra um irmão, mas não podem e isso precisa mudar. As ofensas entre maçons na internet precisam parar e ninguém está fazendo absolutamente nada para isso. A internet não é terra sem lei e a maçonaria também não deve ser. Há pessoas que estão na maçonaria preocupadas apenas com sua vida profana e para elas esse tipo de coisa não tem importância e “é melhor deixar quieto”, o “problema” são os Iniciados que ali dentro estão, esses são “o problema”, esses “incomodam”.

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