Desde o surgimento da maçonaria – a primitiva, no Antigo Egito – a busca sincera pela Verdade sempre foi um dever do maçom. É impossível ser maçom sem ser um sincero buscador da Verdade e esta busca vai naturalmente de encontro ao Ego de cada um. O maçom deve buscar melhorar a si e para isto é necessário que se reconheça como um ser imperfeito, que ignora e que precisa ser lapidado; transformando vícios em virtudes, ignorância em sabedoria e erros em acertos: mudança. Uma pessoa que vê toda manifestação contrária a si como “preconceito”, “racismo” e “fobia” não pode ser maçom, pois tal vitimismo acompanha aqueles que não buscam a Verdade e não aceitam a lapidação. O buscador da Verdade deve ser aberto para a Verdade mesmo que ela vá de encontro ao que ele é e o faça precisar mudar. Buscar a Verdade implica necessariamente em defender a liberdade de expressão, pois quando o erro é ditado como verdade e existe o impedimento de questionar isto as trevas predominam. Defender a liberdade de expressão tem suas particularidades. É fácil defender a opinião favorável a si, o problema está em defender aquilo que é contrário a si e vai de encontro ao seu próprio Ego.
Não existe “meia liberdade” ou “parte de liberdade”. Há a liberdade total ou não há liberdade. O principal erro dos alienados pela esquerda que buscam “liberdades” é que procuram a sua própria indo de encontro a dos outros. Muitos querem ser “livres” para fazer muita coisa, mas não permitem a liberdade dos outros expressarem que são contra tais “liberdades”. Dos profanos não se pode exigir muito, mas dos maçons deve-se esperar algo a mais. A consciência plena de que a liberdade de expressão deve ser defendida a todo custo é algo a se esperar de todo verdadeiro maçom, pois jamais haverá um mundo melhor sem liberdade de expressão plena. A absorção da liberdade de expressão não está apenas nas opiniões onde há a concordância, mas naquelas onde há discórdia e principalmente nas que vão de encontro ao próprio Ego. Aceitar a liberdade de expressão não é apenas aceitar os gostos de uma pessoa, mas aceitar também os seus desgostos, principalmente quando estes desgostos dizem respeito a si. O maçom não pode ser refém do politicamente correto, não pode apegar-se ao seu Ego e deve sempre compreender e aceitar que as pessoas têm o direito de pensar e sentir o que quiserem e como quiserem, independentemente de sua opinião.
Muitos falam da maçonaria, mas ao falar tratam tudo como se fosse uma coisa só, como se todos os maçons do mundo fossem maçons da mesma forma. Entretanto, nem todo aquele que diz ser maçom o é. Muitos dos “ex-maçons” que se “converteram a Cristo” e saem falando da maçonaria por aí, muitos que vivem tirando fotografias com paramentos dentro de templos e espalhando por todos os cantos, muitos que anunciam a Deus e ao mundo que são maçons e muitos que se mostram envolvidos com a maçonaria jamais foram maçons de Verdade e é preciso esclarecer devidamente o que é ser maçom para não cair no erro de chamar de maçonaria qualquer coisa que se pareça com maçonaria. Pessoa alguma quer ser contrariada, criticada ou repreendida, mas o sincero buscador da Verdade deve estar preparado para ser contrariado, criticado ou repreendido e aquele que quiser ser maçom deve estar preparado para saber que pode estar vivendo no grande erro de achar-se maçom sem verdadeiramente sê-lo. Por mais que o politicamente correto impeça tal distinção entre os maçons é preciso esclarecer a Verdade. Um ator não é o seu personagem e uma pessoa fantasiada não é a sua fantasia. Homem algum é maçom meramente por teatralizar a maçonaria.
Todo grupo que trabalha a espiritualidade no plano material possui o seu equivalente no plano espiritual e em verdade a espiritualidade manifestada no plano material é apenas o reflexo daquilo que já teve sua gênese no plano espiritual. Com a maçonaria não é diferente. A maçonaria também possui a sua egrégora na espiritualidade e aí começa tudo a ficar muito simples no que diz respeito à identificação de quem é verdadeiramente maçom. Todo homem que faz parte de uma “maçonaria” qualquer que não esteja inserida na egrégora da maçonaria na espiritualidade não é maçom, simplesmente porque não faz parte da egrégora espiritual da maçonaria. Literalmente, é dizer fazer parte de algo que não faz parte. Na vida terrena coisa alguma vale à pena se não tiver a sua parte correspondente na espiritualidade, eis que assim se vislumbra a Verdade. Para viver a Verdade é preciso buscar as coisas de cima – espírito – para baixo – matéria – e em relação ao que – em tese – está relacionado à espiritualidade fazer parte de algo destituído de uma egrégora espiritual é pura perda de tempo, pois ali não haverá vida. O poder de um grupo voltado à espiritualidade não está nas coisas da matéria, mas nas coisas do espírito, em sua egrégora espiritual.
Imagine-se que um grupo de espíritos elevados resolva fazer um trabalho espiritual na Terra com um grupo determinado de encarnados afins. Para tanto, este grupo de espíritos interage com os encarnados através de reuniões com canalizações onde são passados os ensinamentos, feitos os trabalhos e buscado o desenvolvimento espiritual de uma forma geral. Começa a haver a comunhão e a cumplicidade entre os espíritos e os encarnados e a se formar uma egrégora. Os participantes resolvem então dar um nome qualquer a este grupo, como “Os Rudys”. O grupo, estabelecido e com reuniões frequentes, continua seus estudos e trabalhos e em certo momento um dos encarnados por um motivo qualquer resolve sair do grupo. Este membro que saiu resolve então formar outro grupo idêntico. Ele chama pessoas por ele conhecidas e eles passam a fazer a mesma coisa que era feita no outro grupo. O novo grupo usa as mesmas roupas, se reúne no mesmo dia e horário, faz tudo absolutamente da mesma forma que era feita no outro grupo e eles resolvem a dar a si mesmos o mesmo nome do outro grupo: “Os Rudys”. Ocorre que os espíritos que fundaram o primeiro grupo ficaram no primeiro grupo e neste novo grupo não há a atuação destes espíritos.
As pessoas que então fazem parte deste novo grupo não podem em verdade dizer que são “Os Rudys”, pois não estão sob os auspícios da egrégora do grupo espiritual que fundou o primeiro grupo no plano terreno. Tais pessoas podem fazer no plano material absolutamente tudo que o primeiro grupo faz, mas na parte espiritual não fazem parte da egrégora e em relação à espiritualidade o que importa é a egrégora. Com a maçonaria ocorre exatamente a mesma coisa. Milhões de pessoas se dizem maçons, mas não fazem parte da egrégora espiritual da maçonaria e assim, de fato, estão apenas brincando de maçonaria. Constroem templos, usam paramentos, repetem sinais, toques e palavras, tiram fotografias relacionadas à maçonaria, gritam a Deus e ao mundo que são maçons, mas de fato não o são, pois não fazem parte da egrégora da maçonaria. Tais pessoas são dignas de compaixão, pois estão vivendo no erro ou sabendo estar vivendo no erro escolhem viver assim. O maior cego é aquele que só enxerga o que os olhos podem ver. Para aqueles que não conseguem enxergar a egrégora espiritual da maçonaria não há diferença entre ser maçom na egrégora e “ser” maçom fora da egrégora e por isso tantos que se dizem maçons não se preocupam com isto.
A maçonaria sempre teve a mesma egrégora. Na Terra, desde a maçonaria primitiva, passando pela maçonaria operativa, até a maçonaria especulativa (atual) a egrégora espiritual maçônica é a mesma e atualmente esta egrégora se manifesta através da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI). Toda egrégora espiritual que realiza um trabalho da espiritualidade no plano terreno possui um grupo terreno que é a manifestação no plano terreno desta egrégora e deste trabalho realizado. Tal grupo é então o legítimo detentor espiritual da tradição deste trabalho e, amparado por esta egrégora espiritual, fica assim também incumbido de perpetuar tal trabalho no plano terreno. Isto pode ser observado na Igreja Católica Apostólica Romana, que é a legítima perpetuadora do trabalho de Jesus Cristo na Terra. Em relação à maçonaria a instituição terrena que é a manifestação da egrégora espiritual maçônica no plano terreno é a GLUI e desta forma um homem só pode ser verdadeiramente reconhecido como maçom se fizer parte de uma loja reconhecida pela GLUI, pois a GLUI é a própria egrégora espiritual maçônica agindo no plano terreno. É imensuravelmente melhor não ser maçom do que ser um maçom de uma loja não reconhecida pela GLUI.
A maçonaria é um trabalho da espiritualidade na Terra e em tudo que há a espiritualidade é necessário ter fé. A fé acompanha a boa-fé e não há fé sem boa-fé. Toda rejeição à forma da GLUI reconhecer as lojas vem do que é profano e resulta sempre em justificativas profanas, pois o maçom desperto à realidade espiritual da maçonaria compreende o que é a GLUI. Como o torcedor de um time de futebol que ao ver o seu time perder o título diz que “foi tudo armação” existem pessoas que rejeitam o reconhecimento da GLUI dizendo que “é tudo questão de dinheiro”, como se uma ordem como a maçonaria viesse a se guiar por algo tão tacanho assim. Não haveria sentido em ser maçom acreditando que a GLUI utiliza como critério para reconhecimento de uma loja a questão financeira, seria como estar casado com uma mulher em que não se confia; não valeria à pena. De mesma forma há pessoas que dizem que a GLUI utiliza critérios políticos e tantas outras questões de percepção meramente profana para reconhecer as lojas; justificativas às quais todo maçom deve transcender. O maçom deve ter uma percepção maior das coisas e é impossível entender a GLUI com os olhos profanos. A verdadeira maçonaria não é um mero clubinho com picuinhas.
O que faz da GLUI a legítima representante da maçonaria na Terra remonta à maçonaria primitiva. Os espíritos que vieram à Terra para fundar o Antigo Egito fundaram também a maçonaria e a egrégora destes espíritos continua viva e atuante na maçonaria manifestando-se através da GLUI. Assim como dos faraós do Antigo Egito – os primeiros Veneráveis Mestres –, passando-se pelos imperadores do Império Romano, chega-se aos reis da monarquia inglesa, da maçonaria primitiva passa-se pela operativa e chega-se à especulativa. A egrégora espiritual é a mesma. Antigo Egito e maçonaria estão ligados muito mais do que as pessoas imaginam. É na maçonaria – a legítima, reconhecida pela GLUI – que estão os grandes espíritos que vieram à Terra para fundar o Antigo Egito, continuaram encarnando na Terra e agora estão encarnados como homens e é lá que tais espíritos encontrarão o melhor lugar do mundo para estar, pois a egrégora dos construtores do Antigo Egito continua viva na maçonaria. O mesmo conhecimento que resultava em atenção dos faraós em relação à sua descendência também é aplicado em relação à identificação da maçonaria especulativa verdadeira. Só é maçom quem está na egrégora dos construtores do Antigo Egito.
Além da legitimidade espiritual que acompanha a GLUI – e que fala por si -, é possível também perceber, inclusive levando apenas em consideração os aspectos visíveis e objetivos da maçonaria que não necessitam de uma percepção além do maçom, que tudo aquilo que a GLUI faz, ao reconhecer uma loja, é apenas a guarda da tradição maçônica como ela é e deve ser. A maçonaria não é uma associação profana que vai se adaptando conforme o mundo profano, a maçonaria veio para mudar o mundo e por isso suas leis não podem ser mudadas. A maçonaria não deve se adaptar ao homem, mas o homem deve se adaptar à maçonaria e começa aí o trabalho de lapidação. Há uma infinidade de “maçons” pelo mundo que sem pudor algum violam a tradição maçônica, principalmente as suas antigas leis, e que desdenham do reconhecimento da GLUI evocando desculpas covardes, fáceis, rasas e baratas e são justamente estes os que mais adoram ser reconhecidos como maçons por todo mundo. Toda pessoa que desejar falar sobre a maçonaria deverá sempre observar a questão do reconhecimento pela GLUI, pois é pela egrégora espiritual da maçonaria, que atua na Terra através da GLUI, que se reconhece um verdadeiro maçom.
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