Uma pessoa jamais deve falar sobre aquilo que ignora e em relação às instituições terrenas ligadas à espiritualidade a maçonaria é a instituição onde isto é mais gritante. A ciência sobre uma instituição terrena ligada à espiritualidade que tornaria alguém apto a discorrer sobre ela não é necessariamente decorrente da participação efetiva na mesma – não é necessário ser ou ter sido de uma religião para falar sobre ela -, mas em relação à maçonaria sim. Quem não é um maçom de uma loja reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI) não tem condição alguma de falar sobre a maçonaria, pois não fazendo parte da egrégora espiritual maçônica que age no plano terreno não faz parte da egrégora espiritual maçônica e assim não sabe o que é maçonaria pois não recebe o influxo espiritual necessário para tirar o véu. Os conspiracionistas que propagam pelo mundo uma pretensa trama de dominação global pela maçonaria não são maçons de uma loja reconhecida pela GLUI e consequentemente não sabem o que é a maçonaria para poder falar sobre o que ela é, fez, faz e pretende. Toda a idéia que os conspiracionistas têm sobre a maçonaria é apenas produto de repetição cega e vazio e raso por sua falta de essência.
Basta que uma pessoa tenha uma simples faísca da centelha divina vibrando em seu coração para que, com tal consciência, não se deixe levar pelas besteiras que dizem sobre a maçonaria, principalmente sobre as pretensas tramas de dominação global. Enquanto os conspiracionistas acreditam que os maçons passam o tempo tramando sobre a dominação do mundo os maçons estão debatendo sobre comer peixe assado na brasa ou churrasco de frango em um evento social. Os conspiracionistas e todos aqueles que veem na maçonaria uma instituição com força e intenção voltada ao domínio do mundo apenas superestimam a maçonaria vendo nela forças que ela não tem. Tais pessoas, por não serem maçons de uma loja reconhecida pela GLUI e não saberem o que é a maçonaria, imaginam que a maçonaria tem planos para o mundo inteiro inclusive para as próximas décadas, enquanto que lojas maçônicas penam para aprovar o calendário das sessões do ano e imaginam que a maçonaria se infiltra na política para aumentar a sua teia de poder, enquanto que a discussão política é de fato proibida e a consciência política dos maçons não é melhor do que a dos não maçons, pois impera o “todo partido político é igual”.
Todo este superestimar que os não maçons têm em relação à maçonaria não é aproveitado de forma instigativa pelos maçons. Se os conspiracionistas e outras pessoas acreditam que a maçonaria tem poder para controlar o mundo é isto que a maçonaria deve fazer, pois, considerando o que é necessário que um homem seja para ser maçom, não há pessoas melhores para controlar o mundo do que os maçons. O mundo atual, no atual estado de consciência da humanidade, necessariamente é controlado por alguém e o mundo deve escolher quem quer que o controle. Não adianta as pessoas de bem se omitirem do controle do mundo, pois se elas não tomarem as rédeas outras pessoas tomarão. Desconsiderando a choradeira de que todo controle é “opressão”, que “as coisas devem ser feitas por amor” e “por consciência”, que “controle é coisa de gente do mal” e toda uma infinidade de chororôs, o fato é que o mundo atual no atual estado de evolução da humanidade terá controle por alguém e se não for por uns será por outros. Há pessoas que simplesmente não pretendem ver o mundo sendo controlado por pessoas que são completamente opostas aos ideais maçônicos, principalmente no que tange à sua falta de moral e à sua falta de ética.
Há pessoas que preferem ver o mundo sendo controlado por homens que não traiam suas esposas a homens que tenham amantes e sejam sustentados por uma propaganda de que o que importa são suas decisões políticas. Há pessoas que preferem ver o mundo sendo controlado por pessoas inteligentes, cultas e sábias a analfabetos funcionais que louvem a própria ignorância e transformem sua ignorância em virtude sendo sustentados por uma propaganda de que pessoas ignorantes têm um coração mais puro. Há pessoas que preferem ver o mundo sendo controlado por pessoas que acreditam em Deus e o reconhecem como todo poderoso submetendo-se a ele e às suas leis a pessoas que não acreditam em Deus e por isto ignoram e rejeitam suas leis, mas que são sustentadas pela propaganda de que uma pessoa não é melhor que outra por não acreditar em Deus. Há pessoas que preferem ver o mundo sendo controlado por pessoas plenamente conscientes o tempo todo a pessoas viciadas em maconha, cocaína, crack e outros entorpecentes, mas que são sustentadas por propagandas insanas em defesa do uso das drogas. O mundo atual em seu atual estado de evolução coloca tais escolhas a todos.
O maçom não é perfeito, mas busca ser e este é o seu trabalho. É através desta boa vontade, de reconhecer-se como ser imperfeito e que necessita ser alguém melhor, que as portas dos céus são abertas ao maçom. O maçom olha para cima e vê Deus como um ser perfeito, por isto se reconhece imperfeito. O exemplo do maçom é Deus e é nele que o maçom se espelha. Toda a consciência sobre Deus que a maçonaria entrega aos maçons não adiantará se os maçons aceitarem ser controlados por pessoas que não acreditam em Deus. A geometria na vida do maçom deve ser aplicada em seu pensamento e consequentemente em suas ações. Se o maçom sabe o que está de um lado na busca por Deus deve também saber o que está do outro lado onde há a negação e a rejeição a Deus. Se o maçom sabe o que pode esperar de um homem que maçom busca a perfeição do Supremo Arquiteto do Universo deve também saber o que esperar de alguém que nega e rejeita a Deus. O maçom não pode ser egoísta e se ele quer Deus para si e sua família deve querer também para os outros de forma a não aceitar que os outros sejam controlados por quem nega e rejeita a Deus. O maçom não pode aceitar que o mundo seja controlado pelo oposto do que ele busca.
É incoerente que o maçom, que busca a igualdade, a liberdade e a fraternidade entre os povos, que vive pela fé, a esperança e a caridade, que sabe o que é ser maçom e sabe o que é a maçonaria e o que a maçonaria quer para o mundo, aceite que o mundo seja controlado por pessoas que são o oposto da maçonaria e do ser maçom. Se os conspiracionistas e outros acreditam que a maçonaria tem poder para controlar o mundo é exatamente isto que a maçonaria deve fazer; ou, quem os maçons querem ver controlando o mundo? Os que negam e rejeitam a Deus? Os usuários de drogas? Os que traem suas esposas? Os analfabetos funcionais? Os que no futuro vão querer casar com um pepino porque sentem atração física por pepinos? Os que clamam pela morte de fetos humanos? Se a maçonaria não se importa que tais pessoas controlem o mundo também não deve se preocupar em protestar contra os resultados das ações de tais pessoas. Uma pessoa que vive por e para Deus agirá neste sentido, enquanto que a que vive contra Deus agirá contrariamente a Deus. Um maçom verdadeiro sabe o que é a maçonaria e sabe quem são seus irmãos e não precisa pensar muito para constatar o que é melhor para o mundo.
Controle é poder, o poder é para ser usado e para ser usado é preciso ter coragem. Muitas pessoas ambicionam o poder mas não têm força interior e poder de espírito para mandar o cachorro fazer cocô fora de casa. O cargo de venerável mestre maçom de uma loja é ambicionado por muitos maçons, mas a maioria não têm pulso para ser um venerável mestre maçom de uma loja. O ser que existe foi criado para existir assim como o poder que foi institucionalizado foi criado para ser usado. Não adianta desejar ser venerável de uma loja e não ter coragem de usar os poderes inerentes ao cargo de venerável. Se alguém não tem coragem para exercer as atribuições inerentes ao cargo que exerce deve deixar que outro o faça. A sustentação espiritual de uma loja é o seu venerável e a maçonaria a nível global se faz com a conduta – de ação ou omissão – do venerável de sua loja. O venerável faz a sua loja e a prepara para aquilo que ela fará para o mundo maçônico e para o mundo profano. Não se trata de “ego”, “escravidão” ou “opressão”, mas de cumprir a função que se exerce. O venerável deve ter coragem de ser venerável; não pode ter medo de fazer o seu dever por medo de ferir os sentimentos de um irmão ao contrariá-lo em sua opinião.
A maçonaria, à luz da Grande Obra de Deus, é piramidal e consequentemente hierárquica. Quem não tem condições de compreender e aceitar um sistema hierárquico e obedecer regras não pode ser maçom. Uma pessoa que leva para o lado negativo – principalmente o da ofensa pessoal – uma decisão hierárquica tomada por seu superior na mais completa e absoluta imparcialidade e com lealdade e boa-fé não pode ser maçom. O venerável de uma loja deve confiar em seus irmãos a ponto de ter a confiança de que suas decisões, tomadas quando necessárias e para o bem da loja, não serão levadas para o lado negativo, o lado do vitimismo. O maçom, além de não poder ser vitimista, deve tanto ser maduro para não levar a decisão do venerável como uma afronta pessoal quanto deve confiar em seu irmão exercendo o cargo de venerável. A vida é feita de fases e para alcançar uma nova é preciso transcender a fase em que se encontra e se uma loja não consegue aprovar o cardápio de um evento social quanto mais conseguirá construir o seu próprio templo. Quando as questões ordinárias e pequenas de uma loja começam a procrastinar indefinidamente cabe ao venerável usar o malhete para que a loja possa evoluir.
Fora da maçonaria existe um mundo que não para e enquanto maçons perdem tempo discutindo se vão comer peixe ou frango em um evento social existem pessoas moral e eticamente abomináveis que trabalham constantemente para controlar o mundo para fins abomináveis. A maçonaria deve otimizar o seu tempo para que os maçons possam trabalhar aquilo que realmente precisa ser feito no mundo e que diz respeito não só à loja ou aos maçons, mas a todos. As questões ordinárias e pequenas de uma loja devem ser resolvidas, mas não se deve perder tempo com isto e cabe ao venerável da loja fazer com que a loja resolva logo tais questões sem deixar que coisas assim procrastinem-se eternamente a ponto de comprometer o tempo dos maçons dentro da maçonaria. A maçonaria não está no mundo para perder tempo discutindo cardápios, locais de festa, se a festa vai ter banda ou DJ e coisas que não têm importância alguma à humanidade. Para que a maçonaria cumpra o seu dever no mundo ela terá que ir ao mundo e para isto ela terá que ter feito o seu dever de casa, terá que ter resolvido as questões ordinárias e pequenas da loja. É dever do venerável ser venerável ao ver que a loja insiste em não seguir em frente.
Entre a maçonaria que controla o mundo e a maçonaria que não consegue decidir se vai comer peixe ou frango certamente o mundo precisa mais da maçonaria que controla o mundo, mas para que a maçonaria controle o mundo é necessário que já tenha decidido se vai comer peixe ou frango e quando os maçons demoram mais que o necessário para decidir se vão comer peixe ou frango cabe ao venerável mestre maçom da loja agir como venerável mestre maçom da loja. Para alcançar as grandes coisas é necessário transcender as pequenas. Uma loja que não consegue resolver suas questões ordinárias e pequenas não está pronta para sair ao mundo e agir como maçonaria. O venerável mestre maçom não pode ser um frouxo, não pode ter medo de usar o poder que lhe foi investido, pois se não houvesse necessidade de ter tal poder tal poder não ser-lhe-ia dado. O venerável de uma loja é responsável pela loja e é seu dever levá-la ao mundo, pois o mundo precisa disto. Atualmente a maçonaria é superestimada e muitos pensam que a maçonaria é muito mais do que é, mas poderá chegar o tempo em que ao invés de os não maçons acreditarem que a maçonaria pode tudo acreditarão que ela não pode coisa alguma.
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