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Rudy Rafael

Os interesseiros dentro da maçonaria e suas preferências interesseiras por certos irmãos

Não importa o que uma pessoa seja por dentro, todas as pessoas no planeta Terra sempre levarão em conta a sua aparência física e a sua condição financeira para valorá-la. Todas as pessoas, à exceção dos mestres encarnados que desenvolvem objetivamente o seu trabalho espiritual na Terra desde a infância, inclusive aquelas que de uma forma ou de outra se dedicam a qualquer atividade de estudo ou prática espiritual, sempre considerarão a aparência física e a condição financeira do próximo. Essa é uma das regras da civilização humana no plano material do planeta Terra e negá-la é tolice. Tal regra é aceita, aprendendo-se a conviver com isso o tempo todo e em relação a todas as pessoas, ou deixa-se de viver no mundo real dos humanos e a vida deixa de fluir. O sentido da vida da civilização humana no plano material do planeta Terra é ditado pela consciência da civilização humana como um todo e tal regra está em consonância com o nível de consciência da civilização humana do planeta Terra.

A maçonaria que se tem hoje não é maçonaria, ela pode parecer maçonaria pela simples sistemática de como são as coisas estabelecidas no plano material em relação à ordem, mas não tem coisa alguma a ver com o que verdadeiramente é a maçonaria no plano espiritual. Aqueles que hoje ingressam na maçonaria não são pares daqueles que vieram à Terra para instrumentalizar a maçonaria no plano material. Em tempos antigos os maçons eram homens que faziam a diferença na humanidade porque eram seres diferentes porque seus espíritos eram mais elevados e evoluídos e suas consciências mais despertas; hoje não há mais diferença entre um membro da maçonaria e aqueles que não fazem parte dela. A única “diferença” que se exige de um homem para ser maçom é que esse tenha a ficha limpa na sociedade, não importando se o mesmo é integralmente desprovido de virtudes, consumido e escravizado pelo Ego e desinteressado no próprio Supremo Arquiteto do Universo e na sua Grande Obra.

O propósito da maçonaria é instrumentalizar e efetivar os mecanismos de criação e evolução dos quais determinados seres fazem parte. Não existe maçonaria sem mudança. Se a maçonaria não consegue efetiva, objetiva e verdadeiramente mudar coisa alguma no mundo ela não é maçonaria. Entretanto, esquece-se o mundo que para que um grupo de pessoas seja capaz de mudar algo na sociedade é necessário que tal grupo seja diferente e para tal grupo ser diferente é necessário que seus membros sejam espiritualmente diferentes. Apesar disto não há qualquer preocupação da maçonaria em que seus membros sejam efetiva, objetiva e verdadeiramente seres diferentes no que se refere ao espiritual. É motivo de orgulho na maçonaria a necessidade da ficha limpa para o ingresso na ordem como se ter a ficha limpa deixasse de ser a obrigação de toda pessoa. Hoje para ser considerado apto ao ingresso na maçonaria bastar ter a ficha limpa na sociedade, a questão espiritual é irrelevante.

Se a maçonaria deve fazer a diferença ela deve ter membros que verdadeiramente sejam diferentes ao ponto de poderem enxergar as pessoas como elas verdadeiramente são por dentro. A maçonaria atual pode ter como requisito para o ingresso na ordem que uma pessoa não tenha seu nome inscrito em órgãos de proteção ao crédito, mas a maçonaria verdadeira tem como requisito para o ingresso que uma pessoa não valore outra por sua aparência física e por sua condição financeira. A maçonaria atual pode ter como requisito para o ingresso na ordem que uma pessoa não tenha antecedentes criminais, mas a maçonaria verdadeira tem como requisito para o ingresso na ordem o estado de Iniciado à realidade interna, o estado de consciência desperta. Aqueles que hoje fazem parte da maçonaria jamais fariam parte desta nos tempos da maçonaria verdadeira, a maçonaria destinada aos Iniciados que estavam na Terra para tornar o mundo um lugar verdadeiramente melhor.

Não adianta para a maçonaria ter entre seus membros pessoas que não têm seus nomes inscritos em órgãos de proteção ao crédito e não têm antecedentes criminais enquanto está lotada de pessoas que valoram os outros pela aparência física e pelas condições financeiras e cujos reflexos de tal nível de consciência se refletem em toda a existência da Loja. A maçonaria verdadeira era uma ordem de Iniciados que se agregavam para o trabalho de evolução do planeta Terra e hoje a maçonaria se tornou um meio de pessoas que têm como propósito a busca pela convivência com pessoas de nível social mais elevado com quem terão uma relação mais leve, pacífica e fraterna para poder comer uma boa carne, beber uma boa cerveja e poder sair em casais. Aquilo que era para ser a parte mais importante na maçonaria – a espiritualidade presente na ritualística – agora é tratado como acessório e secundário. Não há preocupação em faltar à ritualística desde que se possa comparecer aos comes e bebes.

Os que não são maçons costumam parabenizar-se por questões relacionadas ao corpo físico e à condição financeira, mas pessoa alguma consegue ver o que parabenizar em outra por essa ter “simplesmente” aprendido algo. Ao falar de um meio onde as pessoas apenas tratam das questões relacionadas ao corpo físico e à condição financeira poder-se-ia dizer que tal meio é profano, mas o maçônico é assim. As congratulações entre os irmãos dizem respeito às questões relacionadas ao Eu Exterior. Irmãos se parabenizam pela ampliação dos negócios, pelo grande contrato feito, pela promoção profissional, pela aprovação em um concurso público e por questões relacionadas à situação financeira em geral, mas assuntos relacionados à espiritualidade não se criam na maçonaria. Prefere-se discutir com o outro que fez um grande contrato para aprender a ganhar dinheiro do que tratar sobre algo relacionado à espiritualidade. Os maçons preferem aprender a ganhar dinheiro do que aprender a ler a mente.

Entre os maçons também há a valoração do próximo em razão da condição financeira, o que obviamente caracteriza cegueira. Os maçons que percebem na maçonaria um meio para ter um círculo social mais “elevado” e “polido” para poderem sair com suas esposas também possuem tal cegueira, pois a maçonaria não foi criada para homens terem um meio social mais “elevado” e “polido” para poderem sair com suas esposas. Há homens que desejam ter uma vida social com suas esposas e anseiam por um meio de pessoas mais respeitosas, confiáveis e sem vícios e a maçonaria lhes serve a isso, pois os requisitos para o ingresso na maçonaria e o ideal de fraternidade lhes disponibilizam um meio confortável para que possam sair com suas esposas entre amigos. Há problema quando se junta a valoração do próximo em razão da condição financeira, o desejo ardente por construir patrimônio, a carência de um meio social adequado para poder sair com a esposa, o Ego e a involução espiritual.

O verdadeiro ideal da fraternidade na maçonaria jamais será compreendido pelos maçons atuais. Os maçons não são irmãos para poderem ficar mais ricos e poderem ter laços fraternais para poderem sair com suas esposas sem qualquer receio de passar por qualquer situação desconfortável, os maçons são irmãos para fazer o trabalho da espiritualidade na Terra e em uma fraternidade assim não há lugar para acepção de pessoas. Em uma Loja maçônica não pode haver, de forma alguma e em hipótese alguma, qualquer valoração de qualquer irmão em razão de sua aparência física, de sua condição financeira e do seu estado civil. Um irmão não deve preferir um irmão porque esse tem uma aparência física que causa menos estranheza aos outros, tem mais condições financeiras, é profissionalmente mais bem sucedido ou é casado e assim tem uma esposa legal e ambos farão uma companhia agradável para poderem sair em casais sábado à noite para comer pizza. A maçonaria não existe para isso.

Para que a maçonaria seja maçonaria e possua recursos humanos necessários para a mudança que deve fazer no mundo é necessário que os irmãos da Loja sejam verdadeiramente irmãos e não há real irmandade quando um irmão prefere outro porque esse é menos feio, mais rico ou porque tem esposa para poderem sair em casais depois. Coisa alguma no mundo pode viver de passado e o passado grandioso da maçonaria não poderá ocultar o seu atual estado de mediocridade. Para que a maçonaria volte a ser grande é preciso que os maçons sejam grandes e a grandeza de uma pessoa não está em sua aparência física, em suas condições financeiras, em seu sucesso profissional ou na conivência do seu estado civil; a grandeza de uma pessoa sempre estará naquilo que ela tem por dentro. Para que a maçonaria volte a ser grande é preciso que os maçons sejam verdadeiramente irmãos de forma que não haja qualquer tipo de acepção de membros entre os membros da Loja e para isso é necessário deixar a cegueira e a ignorância.

Não basta que um maçom trate igualmente um irmão como trata todos os outros irmãos, é preciso que ele verdadeiramente sinta que todos os membros de sua Loja são iguais. Uma Loja maçônica forma um corpo só e como tal cada membro tem sua função dentro da Loja de forma que todos devem ser tratados de forma verdadeiramente igual, pois todos estão juntos em um trabalho só: a Loja. Quando um maçom prefere certos irmãos pelo que esses podem lhe favorecer da forma que for tal maçom está usando a maçonaria para anseios pessoais fulcrados no Ego e na matéria e a maçonaria não existe para satisfazer anseios pessoais fulcrados no Ego e na matéria. Pessoa alguma se torna maçom para si, mas para os outros. A maçonaria não existe para alguém ser favorecido, mas para que se possa ajudar os outros. Pessoas que preferem pessoas por conveniência e pelo que essas podem lhes ser úteis não devem fazer parte da maçonaria, primeiramente por não saberem o que ela é.

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