A arcaica e limitada forma de pensar do ocidental é baseada na moral socrática e na dialética platônica e se reflete no maniqueísmo existente em todas as suas formas de expressão. É por esta forma inconsciente e débil de pensar que tudo é dividido entre bem e mal, bom e ruim e certo e errado e a ponderação transfigurou-se meramente em uma aplicação lógica de raciocínios prontos e que saltitam entre essências intrinsecamente opostas. O homem torna-se então uma mera máquina que recebe o que lhe é apresentado através dos sentidos físicos e processa tudo mecanicamente pelas coordenadas que lhe foram dadas e vomita o produto final baseado neste sistema de dualização. Esta inconsciência que assola o Ocidente adquiriu proporções imensuráveis e tornou-se princípio no pensamento da Ufologia no mundo todo.
“Civilizações extraterrestres boas” x “civilizações extraterrestres ruins” e “extraterrestres bons” x “extraterrestres maus”. A religiosidade maniqueísta na entrega das verdades se faz presente no meio ufológico fazendo tudo também ser baseado nesta porca dualidade, por onde surgem as conceituações tolas e desprovidas de verdade real fundadas em meras percepções mentais parciais e paralíticas. Surge então esta presepada de definir uma civilização extraterrestre como boa ou ruim meramente por sua relação com a raça humana. Uma civilização extraterrestre é considerada boa se é boazinha com os humanos e naquilo que eles entendem como bom e considerada ruim pelo contrário. É por esta debilidade de raciocínio dos homens que os Reptilianos são considerados maus, ruins, bobos e feios.
A postura mental de uma pessoa frente ao que lhe é posto é que lhe faz definir algo como bom ou ruim, pois tudo depende de como cada um resolve escolher perceber o que lhe acontece. No caso da humanidade, seu egocentrismo que ainda lhe faz ver-se como o centro de tudo é que lhe faz dizer que uma civilização extraterrestre é boa porque lhe faz bem e ruim porque lhe faz mal ou por não lhe fazer bem. Assim como uma criança considera o pai como bom porque este lhe dá doces, lhe deixa ficar acordado por mais tempo assistindo televisão e lhe leva para passear e considera a mãe como ruim porque esta lhe obriga a fazer a lição de casa, arrumar o quarto e lavar a louça, os humanos também interpretam e definem como bom o que lhe agrada aos sentidos.
Para a humanidade a conveniência é sinônimo de bondade. Tudo aquilo que lhe obriga a tirar a bunda da cadeira e a se mexer será considerado ruim, por isso muitas raças extraterrestres são consideradas boas apenas por servirem à humanidade. Os humanos com sua percepção infantil decorrente de seu atraso evolutivo e sua ignorância sobre seu papel no universo ainda dividem tudo entre bem e mal, conceituando uma civilização extraterrestre como boa por lhe fazer bem (sendo “bem” aquilo que imaturamente entendem como bem) e má por lhe fazer mal (sendo “mal” aquilo que, de mesma forma, imaturamente entendem como mal), assim como as pessoas definem as outras como boas ou ruins dependendo de como estas agem com elas. Quem lhe faz bem é uma pessoa boa, quem não lhe faz é ruim.
“Pleiadianos são bons porque nos ajudam”, “Reptilianos são maus porque nos comandam”, “Greys são maus porque fazem experiências conosco”, “Pleiadianos são bons porque parecem anjos e são bonitos”, “Reptilianos são maus porque parecem demônios e são feios”, “Intraterrenos são ruins porque nos atacam”, “Andromedanos são bons porque nos passam ensinamentos”, “Arcturianos são bons porque são pacíficos”, “Annunakis são maus porque podem nos subjugar”, “Reptilianos são maus porque são imperialistas”, “Pleiadianos são bons porque gostam de nós”, “Dupakianos são bons porque vieram nos ajudar” e etc. As conceituações das civilizações extraterrestres são baseadas na reflexão do homem como observador e foco da situação.
Da mesma forma que a humanidade julga as outras civilizações ela também poderia ser julgada caso estas outras civilizações também fossem atrasadas a ponto de julgar desta forma. Tudo está em conexão e o que é ruim para uma pessoa é ruim para a outra, pois o desenvolvimento de uma comunidade depende de todos. Se seres de outros planetas fossem questionados com base nos princípios humanos sobre a natureza da humanidade, baseando-se no atraso da humanidade eles poderiam dizer que a humanidade é má, pois seu atraso empaca a evolução de todo o universo. Se a humanidade conceitua como “boa” uma civilização extraterrestre apenas por lhe ajudar, a humanidade é uma das piores civilizações do universo, já que não ajuda ninguém.
Se os animais terrestres fossem questionados com base nos princípios humanos sobre o estado de ser da humanidade também haveriam discrepâncias nas afirmações. Para um poodle de madame, que tem vida melhor que muitos outros seres humanos, o homem seria conceituado como “bom”, já que é bom para ele. Já para um boi que sabe de seu destino de ser abatido para servir de alimento, o homem seria mau, já que iria lhe tirar a vida. Em relação à concepção da humanidade sobre as outras civilizações extraterrestres é a mesma situação. O que faz os ufólogos definirem uma civilização extraterreste como boa ou ruim é apenas a percepção do que é bom ou ruim para a humanidade e consequentemente para eles mesmos. Quando pensam na humanidade estão pensando em si mesmos.
É a presepada da mente das pessoas que as faz tachar os Reptilianos de maus. A dualidade marchetada no pensamento humano há milênios através das instituições sociais entregou o pensamento humano às traças e criou uma sociedade dependente de listas de bondades e maldades. A moral obriga o homem a procurar sentido em tudo e o maniqueísmo satisfaz a preguiça humana ao entregar apenas dois mundos distintos e invisíveis em sua sordidez. É com esta falta de vergonha na cara que a humanidade passou a macular a ufologia com o mal cheiro da ignorância e o não mero dissabor da relutante resistência à evolução perfazendo estas cartilhas abomináveis de conceituações de Reptilianos como maus. Está na hora da humanidade começar a saber o que as outras civilizações extraterrestres pensam sobre ela.
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