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  • Rudy Rafael

Contatos de 4.º Grau – A Ufologia que não saiu do armário

O mundo é realmente interessante. Se você estuda, conhece algo e expõe o que sabe você é “arrogante”, “egocêntrico”, “tem grande Ego” e é excomungado de tudo que é jeito. Você é “do mal”. Agora, se você passa na rua, vê alguém passando fome e não dá de comer à esta pessoa você não é “mau”. Se você vê alguém entrando na casa do seu vizinho para furtá-lo e se esconde atrás da cortina da janela pra ficar assistindo você não é “mau”. Se você tem um conhecido que é preso e depois disto você excomunga ele da sua vida você não é “mau”. Se você apenas não esconde o que você é você é “mau” por ser “egocêntrico”, “arrogante”, “esnobe” e etc., mas se você é omisso e covarde você não é “mau”.

Uma das coisas mais nefastas e pobres da sociedade é a covardia, a omissão, o abster-se, o não querer se envolver e não querer se comprometer. As pessoas vêem tudo o que acontece à volta delas mas ninguém quer se envolver; então se acovardam, colocam o rabo entre as pernas e ficam no canto delas, afoitas, sendo que ao maior sinal de serem cutucadas já ladram e olham para os lados para ver o que acontece. Com o filme Contatos de 4.º Grau foi assim. Não quiseram se envolver. Evocaram fatos ditos reais, abordaram uma perspectiva interessante até, mas no final, se omitiram e deixaram “livre” para cada um escolher se todos os indícios e vestígios convenceriam da existência de vida extraterrestre o que chega a ser interessante pois para condenar um homem à pena de morte a sociedade não precisa de provas inabaláveis, basta convencimento do júri por indício e provas, mas para acreditar em vida extraterrestre, só se vissem um na frente.

É mais “racional” acreditar que o espírito de uma bruxa maléfica matou 3 estudantes em uma floresta do que acreditar que extraterrestres tenham abduzido pessoas. Ninguém precisou dizer “óh, se quiserem acreditar, acreditem, se não quiserem, tudo bem” e é assim com inúmeros outros filmes. É mais fácil falar que o espírito de alguém está assombrando casas, pessoas e tirando vidas, movendo objetos, tocando o terror; as pessoas aceitam como realidade, sem problemas. Agora se falam de ufologia tem que se acovardar e “deixar livre” para quem quiser acreditar e isso mostra o quão a ufologia é recinto de muitos covardes que não querem se envolver.

Não digo em relação aos ufólogos sérios, os que não têm medo de se expor, sua cara e nome, que falam o que acham e não estão nem aí, mas tem muito covarde que não quer dar a cara à tapa, tem medo de sofrer represálias por parte da sociedade que é cética. Conforme bem se vê nos dados sobre abduções muitas pessoas com boa reputação e grau de instrução elevado e com ótimas posições sociais estão envolvidas mas não querem se expor. As pessoas têm medo de dizer “eu acredito em extraterrestres”, “eu já fui abduzido”, têm medo de sofrerem represálias e serem taxadas de “loucas”, “insanas”, “esquizofrênicas” e acabam guardando tudo para si.

Recebo alguns e-mails que sempre começam com “gostaria de não ser exposto”, “gostaria de não se identificado”, onde as pessoas relatam suas experiências mas muitas não querem se envolver por medo do que os outros vão pensar, dos colegas de trabalho, da família, da namorada e dos amigos. Covardia gera covardia. Este tipo de atitude só gera mais e mais mitificação em cima do tema. Quanto mais pessoas darem a cara à tapa, quanto mais pessoas se mostrarem, mais as outras terão coragem de se expor. As pessoas não aceitam o diferente justamente porque é diferente, porque é exceção. A partir do momento que começarem a ser bombardeadas por estas informações, começaram a ver as coisas de outra forma.

As pessoas acreditam em mulas falantes, em uma briga entre Deus e o Diabo para ver quem leva a alma de uma pessoa para o céu ou para o inferno, em cara que coloca um cajado no mar e o mar se abre, em um cara que juntou um casal de todos os animais do mundo e colocou num barco, mas se você fala que existem mais de 600 milhões de planetas habitáveis em nossa galáxia, as pessoas acham “viagem”, riem, fazem graça e acham que você que está “viajando”. Este tipo de coisa é decorrente, primeiramente da ignorância, pois o primeiro mecanismo de defesa do Ego que se depara com o desconhecido é o desvirtuamento para a comédia e segundo, pela omissão e covardia dos que não querem se expor, dos que não querem sair do armário.

Certos meios afirmam que este tipo de conhecimento (ufológico) precisa ser entregue aos poucos, pois as pessoas não estão preparadas para isso, assim precisam receber em conta-gotas, um pouco de cada vez para que sua mente comece a expandir e assim aceitar uma nova realidade. Isso não deixa de ser correto mas o problema é para os que estão preparados, como fica? Vão ficar estagnados esperando os outros desenvolver uma nova mente para poder receber novas informações? Seria como você estar no 3.º ano do Ensino Médio, uma pessoa estar no 1.º ano do Ensino Fundamental, repetindo de ano eternamente e você ter que esperar ela chegar até você para que ambos ingressassem juntos no Ensino Superior. Não dá pra esperar. A humanidade não é igual, existem sim níveis de evolução diferentes entre os seres humanos e não há dos que estão prontos para contatos e conhecimento terem que esperar os que estão ali nos “hahaha, você viu um et?”.

Se estão atrasados, que fiquem e que deixem os outros se elevarem. Porque é justamente isto que fazem com a ufologia, querem empurrar goela abaixo de toda a consciência terrestre, ao invés de dar a quem realmente quer, inclusive, um dos motivos que se tem para a não apresentação oficial de extraterrestres no planeta é a incapacidade da maior parte da consciência do globo em aceitar isso. Presume-se que se uma frota de naves chegassem à Terra e se apresentassem 70% da população mundial entraria em surto, sairia de casa e quebraria tudo e mataria os outros 30% e depois se mataria, pelo desnível sem tamanho da capacidade da consciência (e não duvido, um extraterrestre é algo além da imaginação e da consciência e realmente haveria pane no cérebro das pessoas).

As pessoas vivem muito nesta de “eu não me importo com o que os outros pensam sobre mim” mas esquecem de colocar o resto da sentença: “desde que pensem bem” pois este é um dos motivos que levam as pessoas a também se omitirem de falar o que pensam e o que sabem: medo de rejeição, medo de serem motivos de chacotas e medo de serem reprovados. Sua personalidade é tão fraca que precisam da aprovação dos outros. Como os outros não tem conhecimento sobre ufologia, elas preferem não se envolver e assim o negócio nunca muda. Uma coisa é o pai de família que tem 5 filhos pra sustentar, uma casa pra manter, uma esposa e tem receio de falar algo, isso cair na boca dos colegas de trabalho e assim ser preterido em seu local de trabalho; este cara tem o que perder. Mas e quem não tem?

Por que não sair do armário? Por que ter medo do que as pessoas venham a dizer? No que essas pessoas desconhecidas e a opinião delas muda a sua vida? Se uma pessoa desconhecida rir de você, o que isto vai mudar em sua vida? Suas contas sumirão se você deixar de expor o que pensa? A solução para a fome e a guerra do mundo dependem do seu segredo? O seu poder de ressuscitar os mortos está no seu silêncio? Um filme com a produção de Contatos de 4.º Grau deveria ser mais corajoso, mais “é isto aí e pronto”, não ficar de mimimi e se omitir no final. Um filme propagandeado na idéia de fatos reais não poderia ter se omitido de uma conclusão. Se sabiam de algo deveriam ter saído do armário e colocado as cartas na mesa; se não sabiam, não deveriam ter feito o marketing na idéia de fatos reais pois nada adianta você evocar fatos reais e depois deixar aberto. A realidade é o que é e não se muda a realidade pela opinião de ninguém. Se houveram abduções, estas abduções não deixarão de ter existido porque o quem assistiu o filme não achou que existiram. Das duas uma: ou o filme não é baseado em fatos reais ou se acovardou ao não concluir.

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