Filmes que envolvem ufologia já nascem taxados de ficção científica. Não importa nada que aconteça no filme; basta ter extraterrestres, naves espaciais e tecnologia superior à da humanidade que sempre serão rotulados como ficção e as pessoas sempre verão como “uma histórinha de et´s”. Algumas pessoas verdadeiramente conscientes da realidade ufológica conseguem colocar a verdade na ficção, o que acaba sendo até de grande valor à mente coletiva pois o inconsciente coletivo acaba começando a ser preparado. Aos poucos, inconscientemente, a população vai começando a mudar a sua mente ao receber determinados princípios e idéias da existência de vida extraterrestre mesmo sem estar ciente disto. Outros, em sua ficção, não somam absolutamente nada à tentativa de despertar da atrasada mente humana para o universo; insistem em continuar criando mais ficção naquilo que já é recebido como ficção e ao invés de tentar ajudar só atrapalham. Um destes casos é o filme Distrito 9.
Um filme repleto de lixo de ativismo político fajuto que não tem o mínimo cuidado pra deixar de escancarar suas analogias baratas e fáceis. Analogias estas que fomentam e criam mais estereótipos ainda ao tentar combater estereótipo com estereótipo. Figuras objetivas de linguagem que o filme passa o tempo todo relembrando. Relembrando porque não há nada de novo nisto. O negócio todo é escancarado e beira ao aproveitamento barato esquerdista. A mesma mente coletiva que alguns conseguem adentrar tocando o subconsciente incluindo certos conhecimentos sobre a verdade ufológica e preparando o terreno da pequena e limitada mente humana não chega a ser tocado pela quantidade exorbitante de clichês de ativismo político exacerbado e repetitivo de Distrito 9. Não tocam porque é tudo escancarado e não houve criação de nada. Se o filme tivesse um orçamento um pouco menor não excederia em nada a qualquer documentário de Michael Moore. Um pouco menor porque Peter Jackson e sua resistência a atores consagrados não é mais necessária já que foi o Dom Pedro 1º da New Line e já tem curriculum pra que lhe banquem algo melhor.
Ambientar um filme de proporções mundiais em Johanesburgo pouco antes da Copa da África do Sul, outros colocam um Cristo brasileiro caindo em 2012 no tempo da confirmação do Brasil como sede do mundial de 2014 e por aí vai. O ativismo político se tornando aquilo que sempre criticou; aproveitadores de situações que lhes fazem meros seguidores de rastros. Aqueles que vivem de encalço mas não tomam a frente. Que agem para remediar mais do que prevenir. Problemas sociais existem e devem ser mais prevenidos do que remediados mas alguém nu no inverno na Times Square em frente à uma loja de peles atrai mais mídia do que alguém pegando uma raposa no mato e saindo correndo. Ainda mais se for feito em um 4 de Julho. O ativismo político das generalizações apressadas, da evocação de estereótipos e criadora de outros mais, o maniqueísmo forçado que faz o espectador ter a difícil decisão de escolher entre os anjos ou os demônios do fillme, tudo isso poderia até ser ofuscado se não tivessem inserido a quantidade avassaladora de inverdades acerca de extraterrestres no filme.
Colocar uma nave-mãe dentro do espaço aéreo terrestre é o cúmulo da ignorância ufológica. Naves-mãe jamais entram no espaço aéreo e é justamente por isso que quando se vê óvnis se observa pequenos discos com lugares para poucos pilotos e passageiros. As naves-mães não ficam no espaço aéreo jamais. Ficam fora até mesmo da órbita terrestre. A nave-mãe é o QG dos extraterrestres, é como o forte militar, onde se concentram para suas atividades e de lá saem as pequenas naves para fazer os trabalhos de campo. Retratar extraterrestres como mais tolos e indefesos que os humanos também é tolice. Se eles vieram até os humanos e não os humanos até eles já mostra que sua tecnologia é superior e assim são mais inteligentes. Alguns poderiam dizer que os extraterrestres foram deserdados por alguém, entretanto, além disto não constar no filme há um deles que saber pilotar a nave-mãe, demonstrando tanto ser inteligente como conhecer o veículo de onde veio.
Os extraterrestres mesmo tendo mais força não se impõem, o que desvirtua o instinto de auto-preservação presente em qualquer coisa viva. São mais fortes, têm mais tecnologia mas passam décadas sob o comando dos humanos. Quando a nave-mãe chega, a Terra adota uma postura passiva, demorar para tentar entrar na nave e depois aceita os extraterrestres. Para um filme que tenta incluir tanta veracidade de contextos sociológicos faltou incluir um pouco de realidade. Qualquer objeto voador não identificado em qualquer espaço aéreo do mundo inteiro ao ser abordado e não apresentar identificação é abatido. Se uma nave daquelas chegasse ao planeta daquele jeito já haveria guerra. Não iriam ficar só olhando, iriam primeiramente tentar abatê-la antes de adentrar no espaço aéreo e se entrasse iriam guerrear até derrubá-la, o que inclusive já foi acertado entre as grandes nações do mundo no tempo da Guerra Fria e onde foi até mesmo discutido sobre a construção de um escudo protetor em volta do planeta Terra.
O filme pode ter deixado várias respostas para continuação mas mesmo assim o que errou sobre ufologia está lá, independentemente do roteiro que possam vir a criar. Os extraterrestres no filme foram colocados meramente como apelo cinematográfico, a ideologia do filme era pra ser mascarada, mas nem isto conseguiu. A ficção no cinema existe e deve existir até mesmo para forçar o homem a ser criador, mas não pode chegar ao ponto de ser uma agressão à inteligência do espectador criando situações que são como tentar colocar um cubo dentro de um orifício circular de mesmo raio. A ufologia em Distrito 9 foi utilizada de forma meramente comercial, sem qualquer propósito mínimo com nada e o filme jamais pode ser considerado como um “filme de extraterrestres” pois de realidade ufológica não tem nada. Peter Jackson deveria se contentar em adaptar livros, refilmagens e gore. Seria muito mais prestativo do que ficar criando coisas como Distrito 9 que não sendo um filme de ufologia e não tendo cunho social algum pelo excesso de clichês não passa disso: uma coisa.
Comentarios