Na doutrina cristã, principalmente a legalista, fala-se em “Alta Magia” e nisto se dá o entendimento do envolvimento nas maiores irmandades satânicas, onde o Diabo, ao invés de delegar funções, age diretamente. Como o próprio Diabo intervém, diretamente, diz-se que o poder é maior, assim o comprometimento também; por isso, “alta magia”. Entretanto, não é esse o verdadeiro sentido que na magia se dá ao tema.
Assim como Papus, Eliphas Levi também conceitua “Alta Magia” como a magia utilizada para o propósito nobre, o de buscar o bem não para si, mas para os outros e cujo único propósito para si deva ser o de desejar conhecimento. Nisto, buscar magia para conseguir algo para si é considerado egóico e “baixo”. A “Baixa Magia” é então buscar o espiritual para conseguir bens materiais. Carros, dinheiro, casas, roupas e tudo que seja medíocre em comparação à sublimação da elevação espiritual.
Nas igrejas existem várias “campanhas”, “correntes” e “propósitos” onde se buscam os bens materiais ou coisas somente para si e sua própria família. Nunca se ora pela paz no mundo, pelo fim de guerras ou pela saúde dos enfermos (que não sejam membros da igreja). Na justificativa de que “Deus é o dono do ouro e da prata”, as pessoas empenham-se em buscar mansões, carros, iates, roupas caras, jóias e tudo aquilo que demonstre propósito baixo de espírito.
Quando começa a oração, é cada um por si e Deus por todos. “Deus me dê isso”, “Jesus me dê aquilo”, “Eu quero isso “porque sou filho de Deus””, “Eu quero aquilo porque aceitei Jesus”, “Eu quero isso pela promessa X” e “Eu quero aquilo porque o versículo tal promete tal”. Configura-se assim o “Baixo Evangelho”, das causas baixas e dos propósitos baixos, que pensando somente em si, buscam só para si, coisas materiais que até os “satanistas” (que assim são estigmatizados pelos evangélicos) são doutrinados a rejeitar.