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Rudy Rafael

O PSDB deveria aproveitar a burrice do PT

É tão e somente a burrice que faz uma pessoa alegar que toda outra que seja contra o Partido dos Trabalhadores (PT) é necessariamente partidária do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). No mundo do maniqueísmo perversamente aplicado, ser contra o PT é imediatamente identificado como ser a favor do PSDB. Os burros associam toda luta contra o PT meramente com a luta política, como se só fosse possível ser contra o PT no universo da politicagem. No mesmo sentido, os igualmente burros, associam a luta política contra o PT meramente com uma manifestação do PSDB, como se apenas os partidários do PSDB pudessem ter algo contra o PT. Assim, para os burros, todos aqueles que se manifestam contra o PT são necessariamente partidários do PSDB, pois querem vencer a luta política bipolarizada (como se houvessem apenas dois partidos políticos efetivamente lutando pelo poder no Brasil: o PT e o PSDB), sendo que ao ser contra um partido (PT) a pessoa fosse necessariamente a favor do outro (PSDB). É a lógica dos burros: se A e B disputam, quem é contra A, é necessariamente de B e quem é contra B, é necessariamente de A. A instrumentalização da burrice consegue transformar o Amor em ódio.

Obviamente que esta lógica dos burros vem através do PT, principalmente com os idiotas úteis, que são aqueles que servem ao projeto de poder do PT sem ter ganho algum – efetivamente até perdem, pois se massificam e se idiotizam o tempo todo -, não existem como indivíduos, servem à luta de classes e apenas prestam para fazer números. Os partidários do PSDB não saem berrando ao mundo que todo contrário ao PSDB é petista, mas os do PT berram que todo aquele que se insurge contra o PT é partidário do PSDB, o que chega até a ser ofensivo. Ser associado sumariamente ao PSDB apenas por se manifestar contra o PT é uma ofensa para as pessoas de bem que se insurgem contra o PT não por uma questão política, mas por uma questão de bem. O mal que acompanha o PT cega as pessoas a ponto de que não consigam enxergar que existem pessoas que são contra o PT não porque são partidárias do PSDB ou de qualquer outro partido ou por uma questão política, mas por vontade de defender o bem na face da Terra e impedir que o mal seja estendido no Brasil através do PT. Existem pessoas que são contra o PT não porque querem ver o PSDB novamente na presidência da república, mas porque querem ver o mal longe dali.

Pessoas estão despertando para a questão política no Brasil não porque são partidárias de qualquer partido, mas porque estão começando a perceber instintivamente pela consciência que o que o PT tem efeito no Brasil vai de encontro ao bem. Nisto, há que se perceber o quanto o PSDB tem sido inútil ao não saber aproveitar este maniqueísmo a seu favor, pois não se impõe verdadeiramente como um opositor às forças malignas que agem através do PT para destruir o Brasil. O PSDB ao invés de se assumir verdadeiramente como o partido que está a lutar contra o mal – o PT – e unir todo o Brasil em uma só força – a do bem -, recolhe-se ao nada. O PSDB na presidência da república com Fernando Henrique Cardoso não fez o que o PT fez com Lula e continua fazendo com Dilma. O PSDB teve a ingenuidade do bem enquanto teve o poder; a ingenuidade da pessoa de bem que não se dá conta de estar sendo vítima de um estelionato pueril. Para o PSDB as eleições são simplesmente eleições; um partido ganha, governa, disputa uma nova eleição e pode ganhar e continuar no poder ou perder e sair para se preparar para a próxima eleição, se der, deu e se não der, não deu. O PT não pensa em sair do poder.

Desde que assumiu o poder o PT tratou de instalar seu projeto de poder e o que mantém o Brasil de pé é o Poder Judiciário independente, a imprensa livre e a classe média. O Estado brasileiro todo está nas mãos do PT, coisa que partido algum jamais havia feito ou pensado em fazer. Isto existe pela própria política socialista do partido, assim como por sua ligação com os outros países latino-americanos com ideais de dominação socialista (especialmente Cuba, Argentina, Equador, Venezuela e Bolívia). A despeito da influência da esquerda no PSDB, o mesmo não tinha e não tem um projeto de poder como o do PT. O PT é muito maior que o PSDB. Enquanto o PT tem projetos eleitorais visando o Brasil todo, em uníssono, o PSDB nada semelhante possui. O PT sabe da importância dos números; o maior número de prefeituras, governos estaduais, vereadores, deputados e senadores. O PT trabalha para conquistar quantidade, pois sabe da necessidade disto para aparelhar o Estado em suas mãos. Para o PT importa a quantidade, pois, como democracia, a quantidade comanda as votações legislativas, estabiliza o poder e aparelha o Estado. Se o PT já conseguiu subjugar e absorver o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o resto é resto.

O PSDB não tem um projeto para dominar o Brasil como o PT tem. O PSDB não tem coisa alguma a ver com o PT e a dita oposição entre ambos se fundamenta apenas na rivalidade da disputa das últimas eleições presidenciais. Não se pode dizer que os maiores rivais dos times já rebaixados são os times de segunda divisão com quem disputaram o título de tal série. Esta “luta de partidos” favorece o PT na medida em que os petistas alienados votam no PT objetivando “vencer o PSDB”, como quem torce para um time de futebol. O contrário já não ocorre; os partidários do PSDB não votam no PSDB com o intuito de derrotar o PT. As pessoas de bem não objetivam conquistar algo para ter mais do que o próximo, mas para conquistar para si e para os seus. Qualquer um pode observar que não existe PT sem conflitos. O combustível do PT é o ódio. O PT se alimenta de conflitos, tanto é que trouxe inúmeras lutas de classes para o Brasil que até então eram inexistentes entre o povo brasileiro. Na disputa política não é diferente. O PT transformou adversários políticos em inimigos e os petistas veem os opositores do PT como inimigos que devem ser não só vencidos nas urnas, mas eliminados do sistema social, eis que estão se insurgindo contra “os iluminados”.

O PSDB deveria ter consciência de que ser visto como “o opositor” do PT é a maior dádiva que um partido político poderia ter no Brasil e que ele mesmo não possui méritos para ser visto desta forma. Isto deveria ser agarrado com unhas e dentes pelo partido e ser usado na campanha política. As pessoas que iluminadas por Deus têm despertado da ignorância espiritual e acordado para a força do mal que age através do PT estão politicamente órfãs. Pessoas de bem acordaram para o mal que o PT é e não sabem o que fazer em relação a isto; estão sem norte. O PSDB, forçosamente colocado como opositor do PT, poderia ser esta resposta; poderia ser o grito de “não” às forças do mal que acompanham o PT, mas o PSDB não se assume como esta resposta. Enquanto o mal age sozinho na política do Brasil através do PT, o bem dá seus últimos suspiros enquanto o PSDB ainda figura como “opositor” do PT, pois quando o PSDB não for mais visto desta forma haverá dispersão. É muito mais fácil acabar com o PT polarizando as forças do bem em um só partido do que dispersando energias em vários. O mal concentrou seus esforços no PT e o bem ainda não se uniu. A união contra o PT teria efeito tanto nas eleições majoritárias quanto nas proporcionais.

O PT age contra si quando bipolariza a disputa política em uma fictícia guerra eleitoral contra o PSDB, pois está centralizando os esforços contrários em um único partido – sabe-se que é tática de guerra a divisão para a conquista -. Esta burrice dos petistas, que berram “tucano” para todo opositor do PT, está sendo desperdiçada pelo PSDB e o tempo está passando. Chegará o momento em que o PSDB não irá mais disputar um segundo turno de eleição presidencial contra o PT e que outro partido poderá assumir o posto de “opositor” do PT. Tanto o PSDB está dormindo no ponto por não se afirmar como opositor do PT quanto o Democratas (DEM) está dormindo por não se apropriar do papel de opositor do PT do PSDB. Se o DEM não estivesse tão pequeno já teria tomado tal posto do PSDB. O jogo do PT é arriscado, pois assim como pode acabar de vez com qualquer obstáculo à sua perpetuação no poder, pode acabar fortalecendo as forças do bem no Brasil ao fomentar sua luta política contra um só partido. Se todos os brasileiros de bem se unirem contra o PT através dos votos em um único partido o PT será destruído. O PT separa o brasileiro em classes, mas bipolariza a luta política. O PT tem pressa e não deseja ficar disputando de fato muito ainda.

A pobreza espiritual de uma pessoa é evidenciada quando esta justifica o seu erro pelo erro dos outros tentando equipar os erros para equivalê-los em uma equação onde ambos se anulam. É o “Eu errei, mas ele também errou, então está tudo quite”. O PT instrumentalizou esta decadente covardia e há soldados do PT que já não se envergonham de não ter como defender seu partido. Para tais pessoas, moral e eticamente retardadas, aquilo que o PT tem de ruim, que está provado e que nem elas mesmas ousam contestar, não tem importância, o que importa é falar do inimigo político e ser excelente cão que cumprindo aquilo pelo qual foi adestrado possa dizer “Mas o PSDB…” ao ser confrontado com os fatos condizentes aos malefícios do PT. Se o PT erra, não importa, pois o PSDB também errou. O PT está destruindo a civilização fazendo a humanidade retroagir e voltar à barbárie e nisto percebe-se o PT cultuando a autotutela, pois cultua a cultura da “justiça” de um mal pelo outro. Se o PSDB fez o mal, ninguém pode falar do mal que o PT faz. Este é o brasileiro do Brasil do PT, um tolo que compara cifras de corrupção como se a corrupção presente fosse legitimada pela corrupção passada. O PT trouxe a convalidação do mal de um pelo mal de outro.

O nível de demência petista causado por tal bipolarização política chegou a ponto de chamarem o PSDB de “direita”. A lógica dos burros é novamente aplicada: o PT é de esquerda, quem é contra a esquerda é de direita, o PSDB é contra o PT, logo, o PSDB é de direita. Que os idiotas úteis nada entendam de política deve ser compreendido, mas associar o PSDB à direita meramente por ser contra o PT é digno de estudo do cérebro para constatar a quantidade mínima de neurônios necessários à sobrevivência do homem na Terra. O PSDB está sendo superestimado por ser recente rival político do PT nas últimas eleições presidenciais e não merece de forma alguma os louros de ser configurado como o opositor do PT, ainda mais de estar a serviço de Deus nisto. Um partido que chega aos debates políticos de véspera de segundo turno de eleições presidenciais contra o PT e fala de propostas como se tivesse concorrendo às eleições proporcionais municipais não merece ser elevado ao nível de opositor do PT. O PT merece um adversário político melhor e maior e o PSDB não é este adversário. O PSDB provou ao Brasil toda a sua incompetência ao permitir a reeleição de Lula em 2006 após o maior caso de corrupção da história do país: o mensalão.

Existem pessoas que não sendo partidárias de partido político algum apenas sentem que há algo de ruim no número de homicídios em sua cidade, nos gastos públicos com os esportes e as artes, na explosão do consumo de drogas e álcool, nas mulheres não quererem mais ter filhos, em associar a mera opinião com ódio, na proliferação de cursos superiores fast-food, nos universitários serem incapazes de compreender o que leem, na opressão à classe média verdadeira, no surgimento obscuro de bilionários, nos que preferem protestar para ter as coisas de graça do que trabalhar, nas cada vez mais numerosas lutas de classes e em tantas outras coisas. Pessoas estão despertando e sentem que há não só algo de errado com o Brasil, mas algo de ruim. A iniciativa petista de fazer do PSDB o seu opositor é burrice, pois concentra as forças contrárias às suas em um único partido e esta é a chance que o PSDB deveria aproveitar; não para si, mas para unir o Brasil de bem que tem por objetivo de vida não comprar um carro ou ter um diploma de curso superior de qualquer jeito, mas voltar a ser livre. Ser o opositor real e verdadeiro do PT é o maior mérito que um partido político poderia ter em sua história, pois significaria estar do lado de Deus contra o mal.

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